30 setembro 2009

Dose de selinhos

Ganhei esse selinho da minha querida amiga Helinha. Pra falar a verdade nem sei direito como nos aproximamos, mas Helinha se mostrou sempre muito receptiva, alegre e muito parecida comigo. Adoro quando ela faz uma visitinha e me presenteia com seus comentários longos e muito verdadeiros. Obrigada, flor.

Vamos às regras:

PRIMEIRO, devo assumir três compromissos:
- TENTAR comer menos e dar uma emagrecida. Confesso que meu peso e minha barriga realmente tem me assustado. Providências já.
- ORGANIZAR meus armários e gavetas. É incrível a quantidade de tralhas que guardamos e dar uma renovada é sempre necessário.
- VALORIZAR mais as coisas pequenas da vida.

SEGUNDO, devo atribuir o prêmio a dez blogs viciantes. Bom, pensei então em falar sobre blogueiros viciantes e porque fiquei viciada neles:

* Nana -
Manga com Pimenta: porque a Nana é uma delícia de pessoa, é super alto-astral, é amiga, é prática e tem um blog delicioso.
* Flavinha -
Arte na Cozinha: encontrei a Flávia no blog da Bicha Fêmea através de uma participação dela, e entre comentários e visitas, nos tornamos amigas. Seu blog virou parada diária obrigatória.
* Sheiloca -
Mulher de Fases: porque a Sheila é uma doida linda que encontrei por aí, e viramos amigas porque descobrimos muitas afinidades, não é mesmo?
* Claudinha -
Feito a mão: essa nordestina arretada é um conjunto de amiga, coragem, delicadeza e criatividade, tudo isso junto e misturado.
* Luci -
Vida: proque Luci é uma daquelas pessoas que chegam de mansinho e conquista qualquer um, não resisti. Adoro você.
* Fabi Carvalhos -
Favas a contar: essa carioca mostrou que é uma mulher forte e muito criativa, chegou aqui no Mundinho falando, mostrando suas facetas e provando que tem muito a ensinar.
* Priscila -
Pra falar de coração: eu encontrei essa moça por acaso, uma pessoa delicada que tem enfrentado algumas provas na vida, assim como minha família que enfrentou tal situação e saímos todos vitoriosos. Pri, eu torço todos os dias pela sua vitória.
* Patrícia:
Ainda MininaMá: para visitar o blog dela e gostar logo de cara do que ela faz e escreve, é fácil. Patrícia é uma daquelas pessoas que faz a gente se sentir tão bem, que dá vontade de puxar a cadeira, pegar uma cerveja e jogar conversa fora.
* Lidiane - Bicha Fêmea: a indentificação com essa menina mulher foi tão rápida e é tão grande que já me sinto da família.

* Fabi Correia - Ideias, detalhes e dicas: mais uma nordestina que roubou meu coração. Adoro sua presença aqui no Mundinho, adoro nossos papos.


Já esse selo foi o querido amigo Dan que passou. Obrigada!
E repasso para as amigas: Nade e Elaine Gaspareto.



Agora esse selinho show eu ganhei da Juh, ela presenteou todas as seguidoras. Obrigada. Adoro presentes.

Vamos às regras:
1 - Indicar para 3 pessoas dizendo porque elas merecem destaque.
2 - Colocar o link do blog e o nome de quem "te deu" esse destaque. Simples assim.

Minhas indicadas são: Raquel, Yvone e Giselle.



E finalmente, minha nova amiga Giselle me deu essa fofura de selinho. Seja muito bem-vinda.

SENAC - Programa Educação para o Trabalho

Já contei por aqui meu envolvimento com projetos sociais e numa dessas caminhadas, conheci o Programa Educação para o Trabalho do Senac - SP. O curso visa contribuir para a inclusão de jovens socialmente desfavorecidos, por meio do desenvolvimento de competências que ampliem as possibilidades de inserção no mundo do trabalho, geração de renda e participação na sociedade.

Em uma das empresas que trabalhei, alguns profissionais foram recrutados desse programa, a empresa acreditava no formato e responsabilidade com o jovem que está se preparando para o mercado de trabalho. Meu envolvimento com o programa foi tanto que recebi até um convite para ministrar um módulo de comunicação/marketing, mas tive que recusar por não ter tempo disponível.

Mesmo distante dessa área, sempre estive atentas na abertura das novas turmas, afinal tenho um monte de sobrinhos que se adequam ao público alvo e tem muito interesse em participar. Assim foi com o Paulo Roberto, meu sobrinho de 16 anos, o incentivei muito para se inscrever. Paulo foi aceito por realmente precisar de uma orientação profissinal e acima de tudo, de um envolvimento com pessoas diferentes da família, assim a insegurança que ele sente pode ser canalizada em outro foco, um novo projeto.

Durante 08 meses ele esteve envolvido com as atividades, foram palestras, debates, visitas culturais, vivências e enfim, o estágio em uma empresa parceira. Para alegria da família, ele se identificou rapidamente, afinal seus companheiros de sala de aula possuíam a mesma idade, a mesma situação socieconômica, as mesmas dúvidas e anseios. Percebe-se uma mudança significativca em seu comportamento, ele está mais solto, conversa com mais naturalidade e se interessa por outros assuntos. Também se mostrou mais firme em suas preferências, mostrando um amadurecimento de personalidade.

Numa das reuniões mensais de pais, compareci e pude perceber o quanto meu sobrinho, que até ontem era criança, cresceu. Ele participou de uma peça teatral, na qual representava um canditado à uma vaga de emprego e se saiu muito bem, mesmo tímido conseguiu passar a mensagem direitinho para meu orgulho na plateia. Ele e seus amigos também tiveram acesso à tecnologias digitais, uma das premissas que o programa usa como possibilidade de inserção profissional e social.

No último sábado foi a formatura. Infelizmente tive um compromisso profissional e não pude ir, mas o Ronaldo esteve lá para registrar aquele momento único para o meu sobrinho. Ele ficou feliz pela sua família estar ali o apoiando, e nós familiares estamos orgulhosos dessa primeira conquista dele. Parabéns, meu querido.

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Quem tiver interesse no programa pode obter mais informações no site do SENAC. O candidato de ve ter entre 15 e 21 anos, cursar, no mínimo o 8º ano do ensino fundamental, ter renda familiar per capita de 1,5 salário mínimo e meio e se interessar pelas questões relacionadas ao trabalho.

29 setembro 2009

Livro: A cabana

Sinopse: Durante uma viagem que deveria ser repleta de diversão e alegria, uma tragédia marca para sempre a vida de família Mack Phillip: sua filha mais nova, Missy, desaparece misteriosamente. Depois de exaustivas investigações, índicios de que ela teria sido assassinada são encontrados numa velha cabana. Imerso numa dor profunda e paralisante, Mack entrega-se à Grande Tristeza, um estado de torpor, ausência e raiva que, mesmo após quatro anos do desaparecimento da menina, insiste em não diminuir.

Um dia, porém, ele recebe um estranho bilhete, assinado por Deus, convidando-o para um encontro na cabana abandonada. Cheio de dúvidas, mas procurando um meio de aplacar seu sofrimento, Mack atende ao chamado e volta ao cenário de seu pesadelo. Chegando lá, sua vida dá uma reviravolta. Deus, Jesus e o Espírito Santo estão à sua espera para um "acerto de contas" e, com imensa benevolência, travam com Mack surpreendentes conversas sobre vida, morte, dor, perdão, fé, amor e redenção, fazendo-o compreender alguns dos episódios mais tristes de sua história.

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Sou uma leitora assídua, e este foi o melhor livro com o qual deleitei-me ultimamente.

A narrativa é de uma perfeição que poucos escritores detém, por conta da disposição dos fatos ocorridos, que se sucedem de uma forma que você sempre quer saber o que vai acontecer.

O que posso dizer é que eu já via Deus de uma forma diferente do que as religiões costumam pregar, vejo de uma forma mais ampla, mais doce e mais amiga, e este livro me completou de uma forma peculiar. Como costumo ler no caminho do trabalho, tive inúmeras vezes que disfarçar as lágrimas que teimaram em cair, sofri com o personagem quando perdeu sua filha e sua fé, e em sua vida se instalou "A grande tristeza".

É impossível acreditar que alguém que descreve com tanto requinte de detalhes, não tenha estado com Ele. Acredito sim, e o livro me deu muitas esperanças que nós, seres humanos, somos tão amados por Deus que ele nos entende sempre e de todas as formas, nos amando cada vez mais.

Intenso, sensível e profundamente transformador.

Não há sofrimento na Terra que o Céu não possa curar

28 setembro 2009

Mappin, venha correndo Mappin


Lembra dessa antiga musiquinha? Pois é, a lendária loja de departamentos fez parte da minha vida, não só como consumidora, mas como funcionária também.

Tive a felicidade de fazer parte da família, já que eram mais de 15 mil funcionários. A rede tinha a fama de ser uma excelente instituição para se trabalhar, além de ter salários justos e benefícios atraentes.



Loja do Mappin da Praça Ramos


Quem não se lembra da famosa loja da Praça Ramos, aquela gigante localizada no centro de São Paulo, em frente ao Teatro Municipal? Era ali que se concentrava a maior variedade de produtos e serviços que a rede possuía. Você encontrava desde cama, mesa e banho como artigos de camping, cosméticos importados, listas de casamento e planos de consórcios. É isso mesmo, a rede tinha uma linha de crédito própria e foi uma das pioneiras em ter seu próprio cartão de compras. Era ali também que estava localizado o ambulatório central e próprio para atendimento dos funcionários com médicos especializados.

Era nas 12 lojas no Mappin que trabalhavam minha irmã, meus amigos e muitas senhorinhas. A rede tinha como missão a valorização da prata da casa e viámos muitos funcionários com mais de 20 anos de casa. Era ali que qualquer dona de casa ia fazer compras porque a quantidade de shoppings em São Paulo era infinitivamente menor e os preços das lojas Mappin eram imbatíveis. Portanto, a musiquinha que ilustra o título desse post era ouvida com muita alegria por todos, pois ela anunciava a Liquidação Anual do Mappin, um período que qualquer um faria boas compras.
Enfim, foi com o salário do Mappin que consegui entrar na faculdade, foi ali que fui promovida e fui destaque de vendas de cosméticos regional, foi ali que vivi várias emoções e triste notícia: em 1999 foi decretada a falência da Rede Mappin e os 15 mil funcionários ficaram sem seus empregos. Na época, minha irmã estava grávida e junto com os demais funcionários da chamada Massa Falida fomos brigar pelos nossos direitos. Depois de anos recebi apenas minhas idenização rescisória, já o processo de minha irmã corre até hoje.

Tenho certeza que todos os funcionários sentem falta daqueles dias de labuta, porém de conquistas que foram destruídos por fraudes de um executivo corrupto. Se não se lembram, Ricardo Mansur quebrou a Rede Mesbla e logo em seguida a Rede Mappin, foi preso por um curto período, condenado a três anos de reclusão, em regime aberto, e proibido de exercer atividade comercial pelo prazo de cinco anos a contar do ano de 2003, mas está solto, como de costume. Seu filho desfila por aí como um Don Juan. E os 15 mil funcionários ficaram a ver navios.

25 setembro 2009

Da série: Gente que faz

QUANDO CAEM AS LÁGRIMAS

Há quem pensa que a morte é sinônimo de dor e sofrimento. Outros encaram tal assunto como transformação, como passagem. Convidei Elaine Battistel para nos contar alguns fatos de sua vida, nos quais a separação foi inevitável e em outros o quadro de doenças foi revertido através da fé e cuidados médicos. Aqui ela abre seu coração.


O pai da Elaine e seu filho Gabriel (recém-nascido)


*O que representa a morte para você?
Hoje representa uma mudança de estado somente, não consigo conceber que “morreu/acabou” e que nada mais existe, encaro como mais uma fase de nossas vidas porém não a última. Nem sempre foi assim, quando criança eu tinha muito medo da morte, sendo que uma de minhas memórias de infância mais antigas é a de que eu tinha medo de dormir e “virar caveirinha” (não sei de onde tirei isso!) e toda noite minha mãe vinha me confortar dizendo que as pessoas não “viravam” caveirinha, mas sim anjinhos que iam para o Céu, e depois de algum tempo este medo passou e acabei esquecendo. A doença de meu pai e seu posterior falecimento me fez voltar a pensar sobre a morte, mas de uma forma diferente. Se antes evitava falar ou pensar no assunto, passei a tentar encarar o assunto com mais naturalidade e aprender a enfrentar a dor inerente a ela.

*Como aborda/ensina esse assunto para seus filhos?
Eu nunca provoco um assunto delicado propositadamente. Penso que quando ele surge naturalmente a partir da curiosidade da criança é porque ela tem condições e maturidade para lidar com a informação. Quanto ao assunto específico da morte, eu tento responder de uma forma simples e sem conotação de tristeza, medo, etc. Penso que o melhor mesmo é responder de acordo com o que acreditamos, seja esta crença de cunho religioso ou não, e logicamente filtrar alguns detalhes que possam deixa-los muito ansiosos ou com medo, pois ainda são crianças. No caso do Gabriel, quando ele me perguntou, achei por bem dizer a ele que o avô havia ido morar com o Papai do Céu, pois estava tão doente que nem os médicos conseguiram cura-lo. Ele me perguntou ainda quando meu pai voltaria, e eu disse que por enquanto ele ficaria morando com o Papai do Céu e que poderíamos conversar com ele através de orações. A pergunta seguinte foi se eu ficava triste de não poder mais vê-lo, eu disse a ele que não porque sabia que meu pai estava feliz agora, pois não estava mais doente. Mostrei fotos de meu pai, contei-lhe algumas coisas sobre ele e as informações o satisfizeram, pois não perguntou mais e outro dia tive uma agradável surpresa ao ouvi-lo falar do avô com carinho para a irmãzinha.

*Como foi se separar de seu pai?
Foi um processo no qual fomos bombardeados com as mais variadas emoções no curto espaço de um ano. Logo que ele descobriu que estava com câncer, tivemos muita esperança porque estávamos rodeados de casos de sucessos contra a doença. Meu sogro havia se curado há mais de 10 anos (hoje 16 anos) de um câncer grave na bexiga, minha avó materna curou-se de um câncer de mama e havia ainda os casos de famosos que também se curaram naquela época. Ele mesmo nos tranquilizava e dizia que tudo iria dar certo e assim começou o tratamento tradicional com a remoção do tumor, quimioterapia e radioterapia. Nos primeiros meses tudo correu bem, ficamos felizes e aliviados, ele voltou até a trabalhar, pois só assim ele se sentia bem e útil. Depois de seis meses, metástases apareceram e aí foi a pior época, pois a medida que a doença avançava, drenava suas forças e para nós foi difícil ver aquela pessoa que nos representava força e determinação, se esvair rapidamente daquele jeito até perder toda sua independência física mesmo para as coisas mais básicas. Neste momento todo tipo de pensamento e angústia passa pela nossa cabeça e mal conseguíamos lidar com a nossa impotência diante da situação, mas mesmo assim continuávamos unidos com o propósito de sempre incentivar meu pai. Depois de passar por quatro cirurgias em dois meses, ele estava visivelmente cansado, debilitado e deprimido. Um dia cheguei para visitá-lo, ele me chamou a seu lado e falou-me que estava cansado e que queria morrer. Chorei e implorei para que ele não desistisse ainda, ele me disse para que eu não me preocupasse pois ele estava tranquilo e havia chegado sua hora. Lembro-me perfeitamente que naquele exato momento senti uma decepção muito grande, pois não entendia como ele podia se entregar daquela maneira. Depois compreendi meu egoísmo e também as razões de meu pai. Quando ele faleceu foi sofrido pensar que nunca mais teria sua presença física e lidar com a dor foi penoso demais. Meu pai era uma pessoa muito prática e metódica e foi assim até depois de sua morte, pois deixou claro que queria ser cremado para que não tivéssemos obrigação de visitá-lo, queria ser lembrado no dia-a-dia, sem obrigatoriedade de datas e coisas deste tipo. Sua clareza com relação a isso também nos confortou e fizemos tudo conforme ele queria. Em todo o processo porém, não houve somente sofrimento. Nestas horas descobrimos a força interior nas pessoas a nosso redor. Minha cunhada, esposa de meu irmão, fez tanto pelo meu pai que nem sei se há maneiras de retribuir; também não conseguiria descrever a admiração que sinto pela minha mãe pela maneira como cuidou dele, das coisas que teve fazer e que nem por um segundo reclamou e do que teve que decidir sozinha, pois não queria que eu me preocupasse além do necessário, já que estava amamentando um bebê de cinco meses na época; minha avó, mãe de meu pai, no alto de seus 91 anos tirou forças nem sei de onde para se despedir de seu filho; meu irmão que mesmo sofrendo muito, foi quem teve a maior coragem de separar e dar destino a todas os pertences de meu pai posteriormente; e por fim, meu marido, sempre presente, sempre prestes a nos ajudar de todas as formas possíveis durante aquele ano e que resolveu toda a parte burocrática, pois nós (eu, minha mãe e meu irmão) não tínhamos a mínima condição emocional para tal.

*E hoje como fica a saudade?
A saudade no começo foi dolorida, um misto de inconformismo, de impotência e até de culpa por não ter feito algo mais por ele. Era difícil assimilar como o mundo poderia continuar a viver normalmente, se o meu mundo havia mudado por completo. Desta vez, não me fiz de forte e chorei muito e foi muito importante para que eu começasse a lidar melhor com a situação. No começo nem conseguia dormir direito, até que tive um sonho em que ele estava feliz e em paz, como há muito não o via e aquilo me tranquilizou. À medida que o tempo foi passando a tristeza pesada foi cedendo lugar àquela lembrança boa, dos momentos bons que tivemos juntos, das coisas que aprendi com ele, da confiança e do apoio que sempre me dava. Hoje, assim como ele desejava, não há um dia específico para lembrar dele, da mesma forma como qualquer coisa pode me fazer lembrar: um objeto, uma frase, uma cor ou até um cheiro. Tem dias que sinto muito sua falta, e quando estou muito aflita por algum motivo me pego conversando com ele em pensamento, mas não é mais um sentimento de dor, é algo mais leve, é uma saudade boa. Mesmo depois de 6 anos sem sua presença física ele continua parte de mim, de minha vida e da vida de meus filhos.

*Deixe um recado para quem está passando por uma situação semelhante.
Para quem está passando por uma situação de perda e ainda está tentando lidar com a dor, selecionei um texto que me foi compartilhado por uma amiga virtual e fala sobre o assunto com muita simplicidade e clareza:
“Imagine que você está à beira-mar e vê um navio partindo. Você fica olhando, enquanto ele vai se afastando e afastando cada vez mais longe. Até que, finalmente, parece um ponto no horizonte, lá onde o mar e o céu se encontram. E você diz: - Pronto, “Ele(a) se foi”. Foi onde? Foi a um lugar que sua vista não alcança, só isto! Ele(a) continua tão grande e tão bonito e tão importante como era quando estava perto de você. A dimensão diminuída está só com você, não nele(a). E naquele exato momento que você está dizendo ele se foi, há outros olhos vendo-o aproximar, as outras vozes exclamando com alegria: “Ele está chegando!”

Elaine, essa mulher de fibra, tem um blog ótimo com dicas de artesanato e muito mais. Recomendadíssimo. Conheça.

24 setembro 2009

Desafio: cartão vermelho

Este desafio foi enviado pela Nade, querida amiga do Blog: Orgulho de Ser. A proposta é enumerar os dez itens para os quais gostaríamos de "mostrar sem tolerência" o cartão vermelho.

1. MENTIRA: Assim como a Nade odeio mentiras. Prefiro me machucar com a pior verdade a me iludir com a mentira.

2. FALTA DE EDUCAÇÃO: Parece que educação está fora de moda para alguns. Eu discordo: educação é bom e eu gosto! Gestos como cumprimentar, pedir desculpas e por favor só ajudam a todos. Experimente.

3. FALTA DE RESPEITO: Respeito ao próximo, respeito aos mais velhos, respeito à diversidade, respeito à memória, afinal é dando respeito que se recebe.

4. INTOLERÂNCIA RELIGIOSA: Se você tem em uma só mão cinco dedos diferentes, por que todo mundo deve ser igual? Há várias expressões culturais e religiosas. A sua crença não depende da minha, mas o respeito à minha crença depende da sua atitude e da sua postura. Sejamos claros e tolerantes, onde você canaliza e aponta sua fé não o difere de ninguém.

5. MAUS TRATOS: Sejam com crianças, idosos os animais. Todos merecem respeito e cuidades. Caso não deseje cuidar ou não tenha capacidade, procure alguém que tem. Peça ajuda, mas não maltrate. Seja humano e tenha compaixão dos mais fracos.

6. NEGATIVISMO: Se a vida está complicada para você, tenha em mente que amanhã é uma chance de mudar, vá atrás do que quer. Só não saia por aí distruindo palavras negativas contaminando todo mundo. Isso só faz complicar as coisas.

7. EGOÍSMO: Achar que o mundo gira ao redor de seu umbigo e querer que tudo esteja à seu favor, é feio demais. Já experimentou compartilhar? Faz um bem danado!

8. FALTA DE HUMILDADE: Classifico a humildade como uma das maiores virtudes que alguém pode ter, porém ignorá-la é realmente intolerável.

9. GENERALIZAÇÃO: As pessoas tem o péssimo hábito de pegar um determinado caso como amostra e generalizar os demais. Não é porque algo deu errado uma vez, dará na próxima. Não é porque determinada pessoa te magoou, que todas farão o mesmo.

10. INVEJA: Quando a gente aprende que na vida a lei do retorno existe, fica mais fácil pensar em nossas atitudes.Fique feliz com o sucesso alheio. Se hoje o sol do próximo brilha, depende apenas de você para que isso aconteça contigo também.

Devo repassar a 5 amigas, vamos lá: Claudinha Ramalho, Fabi Correia, Sheiloca Rufato, Elaine Battistel e Carol Peixoto.

23 setembro 2009

Bom humor e confiança são sempre bem-vindos

Diante das dificuldades, algumas pessoas permitem que seu lado menos admirável aflore: pouca gentileza no trato com os colegas, um azedume e um espírito aziago que só fazem com que uma situação difícil se torne ainda pior. Se você preza seu emprego, zela por sua imagem e quer que as pessoas o associem a coisas positivas, cuide para não se deixar contaminar por esse espírito ruim que parece ter se instalado em algumas empresas e em algumas pessoas.

A gentileza é atemporal e, não importa o momento que você está vivendo, ela deve continuar presente em suas interações. Afinal, se as coisas estão mais difíceis para você agora, estão mais difíceis para todos. Em qualquer circunstância, estão valendo aquelas regras que dizem que cumprimentar quem cruza seu caminho é atitude obrigatória dos elegantes.

Vale também esta afirmação para o autocontrole: expulse a autocomiseração de seu cotidiano, controle seu temperamento, já que, na minha opinião, mau humor é um estado de espírito sempre presente naqueles que não têm controle sobre suas emoções. E como é que alguém mal-humorado imagina um futuro de sucesso, uma posição de liderança? Quem não tem competência para se gerenciar dificilmente verá validada sua capacidade de liderança.

Assim, sugiro que todos nós passemos a nos policiar com mais rigor e façamos a nossa parte, a fim de que, superadas a crise e as dificuldades, todos se lembrem de nós como pessoas resilientes, com capacidade de gerenciar as dificuldades com sabedoria e criatividade. Do contrário, o pano cai e as pessoas acabarão por descobrir quem é quem de fato e sem máscaras.

*Artigo de Célia Leão

22 setembro 2009

Criança é uma tábua rasa

Minha querida amiga Yvone do blog Casas Possíveis publicou um texto ótimo sobre a importância de envolver as crianças em serviços domésticos, dia desses. Me fez da minha infância e o quanto foi importante para nós, quatro meninas, aprender desde cedo essas tarefas.

Para manter a organização da casa e o aprendizado das filhas, minha mãe tinha um certo esquema do que é ordem x compensação. Como ela sempre trabalhou fora, eram minhas irmãs mais velhas responsáveis pela limpeza da casa, é claro que a mais pesada fica sob a responsabilidade dela, mas minhas irmãs lavavam a louça, arrumavam as camas e tiravam o pó com perfeição.

Até atingir o nível de perfeição da minha mãe, ou o que era aceitável, minha irmã mais velha era obrigada a "arear" as panelas quantas vezes fosse necessário até que elas estivessem brilhando. Naquela época quase não existiam panelas com teflon e o orgulho das donas de casa eram exibir suas panelas brilhando. E não é que minha irmã pegou gosto pela coisa! Até hoje o título da "panela mais areada" é dela, acho que isso a deixa orgulhosa. Também sabíamos encerar a casa, como o piso era o famoso "vermelhão" e nunca tivemos aquele eletrodoméstico dos sonhos de toda dona de casa - a enceradeira - lustrávamos com uma peça de lã. Mamãe ficava orgulhosa com aquele chão brilhando, mas nos dava bronca quando via nossas meias brancas todas manchadas de vermelho. Era sempre o mesmo discurso: Põe o chinelo, menina!

Outro artifício que minha mãe usava era quanto à arrumação das camas. Ela dizia que ao levantar é preciso arrumar a cama que dormiu, ao contrário o anjo da guarda ainda fica lá (até que soa bonitinho e serve como sugestão).

Já adolescentes e querendo a todo custo sair nos sábados à noite, minha mãe colocava uma condição: fazer uma bela faxina na casa para poder ir às festinhas e quermeses. Como éramos em quatro, nos dividiámos e cada uma ficava com um cômodo tornando o trabalho mais prático e rápido. A hora mais esperada era quando minha mãe chegava, dava aquela fiscalizada e enfim aprovava nossa saída. Mas se caso não estivéssemos em casa no horário combinado (e tinha que ser em ponto) ou chegássemos separadas, o passeio da próxima semana estava cancelado, é claro que isso não se aplicava à faxina.

Hoje concluo o quanto foi importante essa rigidez, sabemos fazer tudo, não sofremos quando ela estava ausente e nem mesmo em situação que viajávamos ou casamos. Todas sabem lavar, passar e faxinar. Cozinhar também fez parte desse processo, aprendemos apenas o trivial é verdade, mas fomos nos aperfeiçoando com o tempo. Já o dom de costurar, bordar ou tricotar ficou fora disso, não que minha mãe não saiba, mas acredito que faltou tempo.

Minhas irmãs seguem a mesma linha com seus filhos, mesmo sendo meninos, pequenas tarefas eles fazem sem reclamar, como lavar louçar, retirar os pratos da mesa após uma refeição, arrumar as camas, retirar o lixo, e como hoje há homens em todas as áreas até mesmo na cozinha, envolvê-los nesses pequenos serviços é mais fácil e por que não dizer prazeroso

20 setembro 2009

Blogagem coletiva


UMA CARTA PARA MIM

Ei você, que no auge dos seus 31 anos, às vezes se questiona o que realmente é.

Numa família e num mundo de faladores, sei que você é apenas mais um deles. Talvez seja por essa razão que escolheu a comunicação como carreira, porque apenas pensar não é contigo. Como conseguir calar essa mente? Impossível.

Aquela sensação existente desde quando era pequena, de que era diferente, estava certa. E isso só foi entendido por você depois de tantos questionamentos com Deus e com as pessoas de sua família, mas elas não entendiam o que você queria dizer, porém Deus te deu várias respostas, pena que você demorou a escutá-la de verdade. Foi aí que seu relacionamento com Ele deixou de ser amplo para tornar-se profundo. Foi aí que você descobriu a que veio.

Essa vontade de ajudar todos é muito bom, louvável essa iniciativa que a fez participar de ações sociais durante um bom tempo, mas aquele período de mudanças a fez perceber que muito mais importante que ajudar a terceiros é ajudar sua família que tanto precisa. Me parece que foi assim com sua avó e com sua mãe, as três sentiam essa necessidade de ser arrimo da família.

E acredito que foi essa razão que ditou seu comportamento por todos esses anos. Quis satisfazer os desejos de sua mãe, quis não cometer os mesmos erros de suas irmãs, quis não dar motivos para decepções. Isso foi bom, mas por outro lado te tornou exigente demais contigo. Por outro lado, e talvez pela imaturidade, quis seguir os conselhos de teus entes queridos nos campos amorosos, mesmo sabendo que não era o mais correto, ainda bem que descobriste que o correto é seguir teu coração.

Quando as coisas lhe causaram um certo desconforto, percebeu que havia chegado sua hora. E mesmo com uma certa insegurança, resolveu sair de casa e viver esse relacionamento que era, até então, novo. O que aconteceu,mudou a melodia de sua vida, aquele rapaz com cara de menino passou a ser o dono de seu coração e companheiro de seus planos. Estou feliz por você, agora vejo que tomou às rédeas de sua vida e parou de tanto planejar, ou será que estou enganada? Sinto em você a mesma ânsia do novo, talvez pela característica sagitariana, mas essa ânsia tem ganhado ares de responsabilidades eternas..ah você está planejando um filho? Quem diria! Deve ter enfim encontrado a segurança que tanto buscava. Deve ser por essa razão que está tão sensível a esse assunto ultimamente. E deseja tanto que esse filho tenha sua beleza, pois a vida deve conservar a beleza do pai. Tomara que você decida logo, pois existe muita gente esperando por tal novidade.

Pare de pensar tanto em sua carreira, naquilo que devia ter feito. Pare de dar importância àquele sentimento que te cobra por não amar verdadeiramente seu pai. Sei que você sempre diz: Um dia espero que ele possa me perdoar. Amor se sente de forma espôntanea, do mesmo jeito que ama sua mãe, irmãs e sobrinhos. Do mesmo jeito que ama aqueles poucos amigos do coração, do mesmo jeito que já ama seu futuro filho.

Seja assim: meio ácida às vezes e querida por alguns, sem gostar das unanimidades da vida, de gostar do azedo e do amargo, do azul e do samba. Não renegue nunca suas raízes, mas sempre valorize seus conhecimentos sem beirar a vaidade. Faça mais amigos, afinal você tem a mania (ou defeito) de enjoar das pessoas. Realmente conviver contigo não é nada fácil, mas se fosse, talvez eu nem gostaria.
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Esse texto faz parte da Blogagem Coletiva que a minha querida amiga Elaine Gaspareto promoveu em comemoração ao aniversário do blog 'Um pouco de mim'. Passa lá e confira os textos dos demais participantes.

18 setembro 2009

Da série: Gente que faz

UMA SEGUNDA CHANCE

Num mundo perfeito, homens e mulheres se casariam e viveriam felizes para sempre. Porém vivemos num mundo que está longe da perfeição. Muitos casamentos simplesmente não duram por uma infinidade de motivos e acabam em divórcio. Ambos, em sua maioria, saem desse relacionamento machucados e decididos a não se relacionar novamente. Sheila Rufato pensou diferente, não generalizou o fracasso de seu primeiro relacionamento, foi à luta, encontrou o amor da sua vida e construiu uma família feliz. Aqui ela nos conta de onde veio tanta determinação.


Sheila e sua linda família: o marido Carlinhos e as crianças Raphaela e Gabriel


*Conta pra gente como foi seu primeiro casamento?
Quando conheci o meu ex-marido, acreditei que tinha encontrado o meu príncipe encantado, era exatamente como eu tinha sonhado, o estereótipo que eu julgava perfeito pra mim. Nos conhecemos num chat e poucos dias depois pessoalmente, terminei um namoro de 1 ano e meio pra ficar com ele, achando que tinha encontrado a felicidade. Nos casamos um ano e três meses depois do começo do namoro, cedo confesso, mas era o que queríamos, pra mim foi uma chance de viver a vida longe dos olhos atentos dos meus pais, de viver aquele amor que parecia eterno. O casamento foi lindo, o vestido era o dos meus sonhos, a cerimônia foi breve, a festa divertidíssima. Adorei o fato das “tias” ficarem procurando uma possível barriga na minha cintura de boneca! Afinal, quem hoje em dia se casa aos 17 anos por amor? Eu casei.

*Como se sentiu quando percebeu que tudo havia terminado? Quais decisões tomou?
Eu não senti que as coisas tinham terminado, sabe quando a gente se acostuma com a vida que leva? Pois é, nos acostumamos a companhia um do outro, tínhamos nossa vida apartada e não mais fazíamos as coisas cotidianas juntos, tinha dia que mal nos víamos por causa do trabalho, sofri um aborto, isso também nos abalou muito. Ele achou que devíamos ter um casamento mais “moderno”. No medo de fracassar e dar razão à todos que diziam que não ia durar, concordei com esta falsa liberdade que teríamos, não sabia, mas naquele dia, assinei o meu divórcio.

*Nessa fase, você contou com qual ajuda?
Não tive ajuda de ninguém, nunca contei à ninguém sobre nada disso, eu não queria que as pessoas pensassem que eu não estava feliz, que a minha decisão tinha sido errada e que meu sonho estava acabado. Decidi por conta buscar novos caminhos, minha independência, ganhava razoavelmente bem, tinha um carro no meu nome e decidi então tirar a carteira de motorista, desta forma eu achava que precisaria ainda menos dele pra poder fazer coisas simples, como ir ao mercado, shopping ou mesmo visitar minha mãe.

*E como conheceu o seu marido atual?
No Réveillon de 2002/2003, tivemos (eu e o ex) uma discussão, exatamente sobre eu dirigir, e foi aí que decidi entrar numa autoescola, me matriculei dia 06 de Janeiro de 2003, comecei as aulas teóricas em 08 de Janeiro. Cheguei cedo, empolgada, sentei na última fileira, olhei pro lado e vi um cara normal, mais velho, com uma roupa despojada, um jeans surrado, ele entrou mancando na sala, nossos olhares se cruzaram e fomos nos acompanhando até ele ficar de frente pra mim, ficamos sem jeito, mas nos olhávamos durante toda a aula. No terceiro dia de curso, estávamos conversando entre alunos e ele chegou, não me lembro o porquê, mas ele disse que havia falado de mim pra recepcionista do local, e eu perguntei o que havia falado, ele me disse: “Eu disse à ela que havia uma mulher linda na sala de aula” e a recepcionista cogitou: “Carlos, já pensou em passar uma noite com esta mulher?” E ele devolveu: “Ela não é mulher pra uma noite, ela é mulher pra vida inteira”. E ele foi contando isso com a maior naturalidade, na frente de todo mundo pra quem quisesse ouvir, eu fiquei morrendo de vergonha, nunca tinha ouvido nada tão lindo, sem jeito, dei um beijo no rosto dele e agradeci. Fui pra casa pensando nele, naquele homem que não era loiro (na época era o meu fraco), não era muito preocupado com as roupas, tinha até um semblante sofrido, mas era lindo, tinha uma beleza que me atraía. Sonhei com ele, pensei nele o dia todo no trabalho. Três dias depois acabou o curso, hora de nos despedirmos. Foi difícil, achei que não fosse mais vê-lo, apesar de morarmos no mesmo bairro.

*Quando descobriu seus sentimentos por ele?
Recebi um telefonema no trabalho, que eu havia passado no exame escrito e já poderia marcar as aulas, eu reconheci a voz dele, avisei que iria no final do dia marcar as aulas. Qual a minha surpresa quando cheguei e ele estava lá (pois a Autoescola era de um amigo dele que o chamou pra dar umas aulas enquanto não contratava outro instrutor)? Marquei minhas aulas, nelas, chorei, desabafei e contei todas as minhas mágoas, ele no começo, me incentivou a ter uma conversa franca com o meu então marido, eu o fiz, mas as coisas já tinham acabado. Contei a ele que não tinha mais jeito, ele então decidiu me contar os sentimentos dele e aconteceu naturalmente, saímos um dia com um pessoal do Curso, fomos numa pizzaria e nada aconteceu, na volta, estávamos conversando e ele disse que tinha muita vontade de me beijar, e eu perguntei por que ele nunca tinha me beijado e ele respondeu: “Eu estou te respeitando”. Sabe qual foi a minha resposta? “Talvez eu não tenha pedido pra ser respeitada!” Nos beijamos. Ali eu já o amava, ele soube antes de mim. A partir daquele momento, resolvemos ficar juntos, me separei, foi difícil, enfrentei a minha família, fiquei sem contato eles por dois meses, perdi o estágio, tranquei a faculdade, larguei um marido de 22 anos pra ficar com um homem de 35, que não tinha nada, casa, carro, salário bom, nada disso, era um cara simples, mas que fazia eu me sentir mais mulher segurando a minha mão e andando pela rua, do que o ex, nos momentos mais íntimos que tivemos. Não consigo responder quando decidimos nos casar, tem que ser na próxima pergunta! (risos)

*E os frutos desse amor?
Num feriado de Páscoa, estávamos juntos, vendo TV, as coisas começaram a esquentar quando eu interrompi e disse à ele que não era um dia propício, estava fértil e não estava tomando medicação, sem proteção ao alcance das mãos, ali, cinco minutos antes, decidimos correr o risco, e naquele dia 18 de abril, 2 anos depois de eu perder um bebê no mesmo dia, o Gabriel foi concebido, com muito amor e carinho (e planejado sim, com cinco minutos de antecedência!!!). O Gabriel nos uniu, pois com tantas coisas indo contra nós, sem ver minha família, desempregada, sem estudar, vivendo na casa do Carlinhos, com a família dele, sob o olhar hostil e as palavras duras da mãe dele, eu chorava, chorava muito, mas vencemos os obstáculos, fomos morar com aminha avó, o Gabriel nasceu, trouxe vida pra nós, toda a magia, todo o sentimento de plenitude. E assim, no dia 26 de Dezembro de 2003, viramos uma família. (Fez as contas?). A Raphaela veio num momento delicado, eu que queria muito ser mãe já estava realizada com o Gabriel, mas sempre sonhei em ter uma menina, queria esperar o final da faculdade, mas no último ano....ela veio, cheia de graça e ternura, novamente o desemprego assolou nosso casamento, mas o Carlinhos é daqueles pais de família que saem e não voltam sem ter o básico pros seus, quantas vezes o vi sair às 06h30 e voltar às 23h30, dando aula direto pra garantir que tudo corresse bem e eu pudesse ficar o tempo mínimo em casa com nossos filhos. Ele ainda faz este horário às vezes. Foi difícil, mas superamos muitos obstáculos com amor, carinho, cumplicidade e lealdade. O Gabriel hoje é o sol da nossa vida, nos irradia com sua inteligência, sua perspicácia, seu sorriso safado e seu jeito carinhoso, só de lembrar do meu alemãozinho, meus olhos enchem d’água. A Raphaela é a lua lá de casa, calma, tranquila, nos transmite paz, seu jeitinho doce, meigo, aquele sorriso angelical, a menina dos olhos do papai. (Pronto, chorei!).Eles são a continuação do nosso amor, a perpetuação de um sentimento lindo que através dos filhos e netos que terão, será eterno. Costumamos dizer que filho não segura casamento, mas se feito com amor é uma aliança eterna entre o casal.Não nos amamos porque tivemos nossos filhos, tivemos nossos filhos, porque nos amamos (muito).

*Quais são os planos para o futuro?
Agora é focar na casa própria, saldar as dívidas que o primeiro casamento me deixou e ainda não consegui acertar. Após isso, fazermos uma cerimônia espírita para consagrarmos a nossa união diante de Deus e dos que nos querem bem, somos casados legalmente, mas sentimos falta de ter este momento, o bom é que vamos esperar a Raphaela crescer pra levar o pai até o altar, acho que vai ser bem legal, nossos filhos, nossas reais alianças vão participar do nosso casamento, da benção sobre nosso amor. A única coisa que posso adiantar é que no convite, não terá o nome dos nossos pais convidando para o nosso casamento, serão nossos filhos, convidando para o casamento dos pais, original não é?

*Pra você casamento é...
Pra mim é o cotidiano, é saber que não estou sozinha, que tenho alguém pra cuidar de mim e que eu posso cuidar também. É olhar todos os dias pra mesma pessoa e ter a certeza que fez a escolha certa. Se apaixonar é fácil, mas se apaixonar todos os dias pela mesma pessoa exige dedicação, conivência, compreensão, aceitação e doação. Eu ainda olho pro Carlinhos às vezes e penso que não mereço, que sou chata demais pra ele, mas já que Deus assim quis, me esforço todos os dias pra continuar merecendo a família linda que construímos e este amor que ainda me faz chorar quando falo, ainda me faz sentir frio na barriga quando ele está chegando, que faz o meu coração ficar apertado até ver que ele chegou em casa bem, que me faz estender o braço à noite e sentir que do meu lado, dorme, todos os dias, o homem da minha vida. Eu me casaria milhões de vezes novamente, desde que fosse todas com o Carlinhos, meu instrutor, meu amigo, meu namorado, meu marido, meu companheiro, meu amante e meu cúmplice. Eu o amo de uma maneira imensurável, ele é definitivamente o grande amor “das minhas vidas”.

Sheila é uma Mulher de Fases e nos mostra cada uma delas em seu blog. Quer conhecer? Corre lá.

17 setembro 2009

Um trabalho divertido

Por dois anos trabalhei num parque de diversões. Fiz parte do quadro de funcionários do famoso Playcenter, que nas décadas de 80 e 90 era considerado o maior parque no segmento do Brasil.

Aquele era um sonho de menina, afinal durante toda a minha infância esse era meu passeio predileto, contava os meses para que chegasse o dia das crianças, pois era esse o meu presente e das minhas irmãs. Lembro até de uma campanha do Playcenter, na qual apareciam vários brinquedos, muitos balões e crianças, com o slogan: "Me dê a sua mão e vamos juntos ao Playcenter". Eu me imaginava naquela cena e como ficava feliz.

Na primeira vez que fui ao parque tinha cerca de 06 anos. Naquela época, o famoso Passaporte da Alegria era bem caro, portanto nossa família só conseguiu comprar o ingresso, lá dentro escolhemos alguns brinquedos e pagamos a taxa referente. Confesso que meu entusiasmo era tanto, que estar ali no meio de tantas cores e gente que nem fiz questão de ir em brinquedo algum. Minha alegria era ver as demais crianças, os balões e tudo mais. Já minhas irmãs tiveram a emoção de ir na famosa montanha russa Super Jet, foi emocionante vê-las lá em cima. Mas o parque tinha muito mais para oferecer: brinquedos giratórios, teleféricos, labirinto de espelhos e atrações como o show da baleia Orca e da "Monga, a mulher-macaco". Houve um ano que minhas primas de Recife vieram nos visitar. O passeio mais esperando era ir ao parque e fomos num grupo de 15 pessoas aproximadamente, uma alegria sem igual. E foi assim durante muitos anos, sempre reservámos a data de 12 de outubro para ir ate lá.

Em 1996 fui contratada para trabalhar numa daquelas lojas de souvenirs do parque. Era o período do evento Noites do Terror e trabalhava até o fechamento do parque. Para quem não conhece, durante o mês de agosto, o parque é tomado por atores que se transformam em monstros horrorosos, no estilo Thriller do Michael Jackson. Era muito divertido, além de trabalhar num lugar descontraído, ríamos muito dos surtos que os visitantes levavam.

Durante o período desse evento e das férias escolares, o parque não funcionava apenas nas segundas e terças-feiras. Segunda era nosso dia de folga e terça-feira era o dia de manutenção dos brinquedos e organização dos demais departamentos. O mais legal desses dias é que podíamos brincar em primeira mão nos brinquedos novos que chegavam ao parque, e ainda ajudar os técnicos a testar os brinquedos, para que durante a semana tudo estivesse em perfeitas condições. Os funcionários também ganhavam um par de passaportes por semestre e minha família se beneficiou muito por isso. E foi lá que me diverti tanto num trabalho. As horas passavam sem percebermos.

Infelizmente hoje o Playcenter mudou muito. Passou por várias crises financeiras, processos de reestruturação e está voltado atualmente para um público teen, aquela magia da infância tomou outros ares. Percebe-se também um descuido com a conservação do parque, realmente muito triste, afinal aquele foi palco dos meus sonhos de infância e acredito que de muitos também.

16 setembro 2009

Sobre o post das novelas

Realmente achei que o post renderia muito trololó (como diz minha amiga Lidi do Bicha Fêmea), mas realmente a minha opinião está relacionada principalmente às novelas que são exibidas às 21h. Gosto do estilo das novelas das 18h que mostram um cotidiano diferente de uma maneira leve e gostosa, como menciona minha amiga Luci, mas esse é um horário ingrato para quem trabalha fora e depende do trânsito frenético de São Paulo, como eu.

Foi ótima a colocação da querida Verônica Cobas quanto às novelas serem produtos de exportação e copiadas por muitos principalmente no que diz respeito aos bastidores (cenografia, iluminação, fotografia, roteirização e direção), assim como a opinião da primoca Amarílis que declara seu amor por novelas por estar relacionadas puramente ao seu lazer e descontração.

É isso mesmo, pessoas. Opinem, discordem, critiquem, afinal este é um blog democrático.

Presentinho

Dan, meu querido amigo do blog Pouco de Tudo, me indicou esse selinho.
As regras são postar o link do blog que te deu o selinho e indicá-lo para outros 15 blogs.
Mas como eu sou terrível, vou repassar para minhas amigas queridas:
* Claudia de Paula
* Luci
* Yvone
* Rejane
* Helinha

15 setembro 2009

Minha amiga noveleira

Responda rápido: por que você ainda insiste em acompanhar novelas?

Para que assistir a um enredo conhecido? Para que se empolgar com a nova novela quando até os personagens tem nomes iguais? Para que deixar qualquer compromisso porque enfim vai passar o último capítulo da novela?

Somos obrigados à assistir, durante seis dias na semana, quatro novelas em apenas um canal. E todas elas de qualidade muito aquém do que merecemos.

Dizem que novela é comida para milhões de brasileiros, não é mesmo? Existem mecanismos de manipulação em cada cena, embora poucos percebem. Me diz se você já não adotou uma frase da novela para seu cotidiano? Quantos "Are Baba" você ouviu nos últimos meses? E aquela blusa linda que a vilã usa, vai me dizer que você ainda não comprou?

E o final das novelas, é sempre a mesma coisa: gente encalhada se casa, pois enfim encontrou seu príncipe; todos os problemas que nos enrolaram por meses são resolvidos em poucos minutos; gente má vai para a cadeia ou direto para o hospício passando aquela mensagem subliminar que "a justiça tarda, mas não falha". E o mais perfeito é quando algum personagem diz: isso parece coisa de novela.

Não acho que todo tipo de lazer tem que estar ligado a um aprendizado, devemos ter prazer sim, mas queremos poder optar por algo novo, algo que nos entretem de uma maneira mais leve, mais sábia e variada. Eu daria um adeus à Glória Perez e suas tentativas de mostrar a cultura de outros povos de maneira tão distorcida, e também ao Mané Carlos que insiste em dizer que o Rio de Janeiro é sinônimo de Leblon, as Helenas são heroínas e Bossa Nova é o melhor ritmo que existe.

Um pais só cresce quando sua cultura é enriquecida e as pessoas tomam consciência de que existe um mundo real além das novelas.

14 setembro 2009

Festival Revelando São Paulo

Sábado de sol, resolvemos ir ao Revelando São Paulo, um festival das tradições do interior do Estado. A celebração acontece de 12 a 21 de setembro no Parque da Água Branca, um parque próximo de casa, bem aconchegante e de fácil acesso.

Entrada do Parque Fernando Costa - Água Branca

Olha a quantidade de pessoas que foram ao festival.

Sabíamos da infinidade de comidas típicas que encontraríamos lá, mas encontramos muita música, dança, culinária e artesanato. Realizado pela Secretaria da Cultura, o festival difunde a cultura do interior paulista, as heranças de povos trazidos pela imigração, hábitos e tradições das comunidades ribeirinhas e também do litoral.
Eu e o Queridinho curtimos muito.

O palco da grande arena reúne danças folclóricas e características das culturas dos países imigrantes (alemã, japonesa, italiana, portuguesa, árabe e brasileira, entre outras). Tivemos a grata surpresa de assistir algumas apresentações do Festival da Amizade que tem a partipação de 30 grupos das comunidades étnicas de São Paulo. Uma delas foi a apresentação de Taiko da cidade de Registro, localizada no Vale do Ribeira. Os participantes, jovens e crianças, deram um show de sincronismo na batida dos tambores.

Grupo de Taiko da cidade de Registro.

Para decidir o almoço foi realmente complicado, a diversidade de comidas típicas enchia os olhos, mas nossa paixão foi mesmo a barraca da cidade de Sarapuí. Uma família muito simpática, talvez de origem italiana, oferecia um lanche muito especial: pão caseiro em formato redondo, do tamanho de uma pizza brotinho, feito na hora com recheio preparado na frente do cliente na chapa. Tudo feito com muito carinho e com um gostinho muito especial, talvez culpa de uma maionese caseira com um leve toque de alho, uma delícia.

Já para beber, elegemos como o melhor o suco de uva delicioso da cidade de Jundiaí . Os atendentes, além do sorriso, te recebem tão bem e oferecem uma pequena amostra do vinho produzido na cidade. Se é bom? É tão bom que resolvemos trazer uma garrafa para casa que nos fez a alegria da noite.

Bruno e Amarílis saboreando o maravilhoso suco de uva

Barraca de Vinho de Jundiaí

A programação promete muito mais: entre as apresentações, estão as Cavalgadas, Cavalhadas, Tropas de Mulas e Carros de Bois. Mais de 200 animais, entre cavalos, touros, búfalos e tropas de mulas. A comemoração da colheita fica por conta de 5 grupos de Trança Fitas. Em homenagem às raízes do Negro Brasileiro, foi programada a Noite dos Tambores, com apresentações de 10 grupos entre Batuque de Umbigada, Sambalenço, Maracatu e Afoxé. O Festival contempla também as violas representadas por 18 orquestras de violas, 50 duplas de violeiros e sanfoneiros, 14 grupos de catira, 10 grupos de Fandangos, 40 Folias de Reis, entre outros, tudo isso com entrada gratuita. Recomendadíssimo.

Carro de boi num dos desfiles do festival.

13 setembro 2009

Um domingo de glória

Ser considerado secundário embora tenha uma bela história na F1.
Essa é a realidade que Rubens Barrichelo conhece há tempos, mas parece que este ano resolve dar a volta por cima...e com grande estilo.
Torço por você, Rubens, pela sua coragem, determinação e nunca deixar se abater.
Vitória espetacular. Valeu!

11 setembro 2009

Da série: Gente que faz

ETERNA APRENDIZ

Poucos se lembram de ter tido um pensamento positivo a respeito do dever de casa, mas a maioria reconhece que ele ensinou muito. A maioria reconhece também o papel de um educador para a formação do cidadão e da sociedade como um todo. Patrícia Pirota quis se tornar uma contribuinte, tornou-se educadora, um desejo seu e de seus pais. Ela não para, está sempre envolvida com novos projetos novos. Convidei-a para nos contar um pouco de sua vida acadêmica.


* Então você é uma amante das Letras. Conta pra gente como isso começou.
Desde criança, quando perguntada sobre o que seria quando crescesse, dizia que queria ser professora. Sempre fui uma das mais nerds da escola, porque era muito tímida, e tinha dificuldade de me relacionar com os outros (imagina isso?!), o que me fazia recorrer aos livros como amigos. Aos 12 anos eu era auxiliar dos professores na escola em que estudava. Aos 14 comecei a dar aulas particulares. E aos 16 comecei a lecionar Inglês para alunos de Supletivo, que foi a primeira vez que dei aula de verdade. A única coisa que quase me desvirtuou da faculdade foi o futebol [sou são paulina até o último fio de cabelo!]. Joguei futebol dos 12 aos 20, e se não fossem meus pais, eu teria ido pra São Paulo jogar como profissional. Mas eles me fizeram entender que meu lugar nesse mundo era dentro das salas de aula, e essa é uma das tantas coisas pelas quais lhes devo gratidão. Na inscrição do vestibular, fiquei em dúvida entre Física e Letras, porque sou daquele tipo de gente esquisita que ama tanto exatas quanto humanas. Mas o meu histórico de leitora, e aspirante à escritora não me deixou outra opção. Além disso, não posso negar a influência que o filme "Sociedade dos Poetas Mortos" exerceu sobre mim. Entrei pra faculdade de Letras e confirmei que aquele era o meu lugar. Minha paixão por Literatura aumentou, e descobri uma nova paixão, o Latim. Fui monitora de Latim por 4 anos, e cheguei a dar aula de reforço na faculdade. O início como professora foi muito difícil, mas fui, devagarinho, conquistando meu espaço. Não foram poucas as vezes em que os inspetores brigaram comigo, quando me viam no corredor, pois achavam que eu era aluna. Até expulsa de banheiro dos professores já fui! Ah sim! E teve uma vez que tive que pular o portão da escola pra dar aula, já que o guarda não queria me deixar entrar de jeito nenhum, porque o estrupício jurava que eu era aluna! Tive que vencer o preconceito dos professores mais velhos, e dos próprios alunos. Mas como sou turrona, não desisti. E quando vi, já era uma professora "de verdade".

* O que compensa o ofício de professor?
Ser professor é um presente. Pra alguns pode ser um presente de grego, mas pra mim é um grande presente, daqueles que vêm embrulhados com laço vermelho e tudo. Não é exagero dizer que cresci dando aula, mas não me arrependo de ter começado tão cedo. Até hoje, quando piso em uma sala de aula, sinto como se estivesse entrando em outro mundo, um mundo só meu. É claro que pra ser um bom professor (como pra ser qualquer coisa na vida) a gente precisa de uma dedicação descomunal. Principalmente quando o tresloucado resolve dar aula em três períodos. Hoje acho que deveria ser proibido um professor trabalhar em sala de aula mais do que 40 horas semanais. Me lembro de sair de casa às 5 e meia da manhã, e só voltar à meia-noite. De segunda a sexta. Só não consigo lembrar como eu conseguia ter pique pra isso. No fundo acho que era a tal "vontade de mudar o mundo". Porque professor que é professor tem em si essa latente vontade de melhorar o mundo, do contrário, não dedicaria sua vida ao ensino. Todo mundo sabe que professor não trabalha apenas quando está em sala. E é raro o governo que paga essas "horas extras", que nos comem os feriados, os fins de semana e as horas de sono. Quem escolhe a profissão, já entra sabendo disso. Por isso acho que existe um dom escondido, bem lá no fundo, que faz com que a gente releve a falta de bons salários e a precariedade do nosso sistema educacional, e se doe de braços e alma abertos pra esse ofício. Além disso, o brilho que eu vejo nos olhos dos meus alunos me faz esquecer qualquer coisa ruim. E tem também o reconhecimento do nosso trabalho por parte do próprio aluno, que é essencial. Esse ano fiz estágio (porque sou bolsista) em uma turma de Design da faculdade. Ao terminar de dar uma aula, muitos alunos vieram me elogiar, e dizer que eu tinha nascido pra ser professora, e que haviam adorado minha aula. Mas eles não sabiam que aquela não era a primeira vez que eu havia dado aula. Pra eles, eu tinha acabado de começar. E acho que isso é uma coisa que o professor deveria conservar: a alegria, a energia e o frio na barriga da primeira aula. Assim, a gente não se deixa abater pelo tempo e mantém o brilho nos nossos olhos e nos olhos dos alunos.

* Como lidar com o fato de seguir uma cartilha? Onde fica a criatividade/autonomia do professor?
Eu sou suspeita pra falar sobre isso porque nunca segui apenas ao livro didático. Sempre criei minhas próprias apostilas. Abusei de recursos como o retroprojetor, o vídeo e o aparelho de som (porque eu sou velha, né. Demorou pra chegar o computador na escola...). E também sempre usei os próprios alunos como instrumento didático. Fazia jogos, teatros, debates, passeios. Mas nunca me prendi à cartilha. A não ser em escolas particulares, nas quais o professor é obrigado a seguir um currículo muito restrito. Aliás, na maioria das escolas particulares autonomia é uma coisa que não existe para o professor. Por isso prefiro as escolas públicas. Pois, apesar da falta de recursos materiais, há um mínimo de autonomia, ou ao menos havia. Quando decidi dar um tempo do magistério, em 2007, o fiz porque percebi que a educação havia se tornado, de uma vez por todas, apenas mais uma peça do jogo político. E que o ensino havia sido posto de lado em favor dos números vazios e das verbas destinadas às escolas.

* Sabemos que educação e violência infelizmente resolveram andam juntas. Como mudar essa situação?
Essa é uma questão que assombra todos aqueles que trabalham com educação. É muito complicado saber o que fazer porque hoje em dia existem tantas leis a favor de alunos, que é capaz de o professor querer ajudar e acabar sendo preso. Na maior parte do tempo em que dei aula, trabalhei em escolas de periferia. Já tive revólver apontado pra minha cabeça. Já vi aluna quase ser morta na porrada por outra. Já enfrentei uma rebelião na escola, em que os alunos queimaram as cortinas e quebraram tudo. Já separei briga. Já fui buscar aluno sentado em cadeira de boteco. Já ouvi mãe reclamando que apanhava do filho de 14 anos. Já tirei aluno bêbado e drogado de sala de aula. Coisa que a maioria acha que só acontece em filme americano. Mas eu sempre fui muito linha dura. E ao mesmo tempo muito amiga. Não era raro eu sair puxando um adolescente de 15, 16 anos pela orelha, do corredor até a sala de aula. E eles nunca reclamavam, ao contrário, abaixavam a cabeça quando eu falava. Sempre ouvi que eles me respeitavam porque eu os respeitava. Pra mim, há três coisas das quais os jovens precisam muito e em doses iguais: carinho, respeito e autoridade. Acho que os professores perderam o respeito por si mesmos e pelos próprios alunos (claro que aqui falo daqueles professores que conheci, sem nenhum tipo de generalização). Se você não respeitar o aluno como pessoa, mostrando que ele tem valor, e que ele tem sim um bom motivo pra ir à escola, ele vai acabar degringolando. No mundo ideal, os alunos deveriam aprender os valores em casa. Mas, infelizmente, nosso país está longe de ser ideal. Então acho que o professor tem que ter consciência daquilo que acontece fora da escola, pra então dar um jeito dentro dela. E acredito piamente que o respeito é aquilo que pode salvar a maioria dos alunos e diminuir consideravelmente a violência dentro da escola. Não só o respeito de professor para aluno, mas de pessoa para pessoa. A violência começa quando o aluno não tem mais nada a perder, pois ele já perdeu o respeito por si próprio. E acredito que uma das funções do professor é ajudar o aluno a se (re)construir como cidadão, e não só ensinar a ler e fazer conta.

* Por que fazer um mestrado?
Quando entrei na faculdade fiz planos de fazer mestrado, doutorado e Phd seguidos. Mas, infelizmente, não havia mestrado, na minha área, na cidade onde eu morava, e não tinha condições financeiras de me manter em outra cidade. Passei no concurso e acabei me acomodando. Quando tive a crise e desisti de dar aula, voltei a pensar em continuar estudando. Num plano mirabolante com um amigo de infância, escolhemos Curitiba, e viemos pra cá, com uma mão na frente e outra atrás. Ao pesquisar sobre os cursos disponíveis, encontrei o Mestrado em Tecnologia da UTFPR. Como a maioria das pessoas, eu associava tecnologia com inovações técnicas. Mas depois de ver o currículo deles, e descobrir que aquela que é minha orientadora hoje trabalhava com história em quadrinhos, me encantei. Participei do processo seletivo e tive o prazer de entrar. O Mestrado mudou muito minha visão acadêmica. Aprendi a ser pesquisadora, coisa que, infelizmente, não se ensina tanto quanto se deveria na universidade. Além disso, a convivência com outros pesquisadores é extremamente enriquecedora. Mas descobri que o Mestrado rende frutos diferentes das Especializações ou MBAs. O Mestrado tem como objetivo formar pesquisadores, desenvolver os estudos da academia. Enquanto que as especializações são voltadas para o mercado de trabalho, para o desenvolvimento da prática profissional. Mas eu acredito que o profissional tem que escolher um caminho, e baseado nele escolher a melhor Pós-Graduação. Eu prefiro o Mestrado porque quero ser pesquisadora e incentivar a pesquisa. Não quero aplicar a teoria na prática. Minha dissertação é sobre as adaptações para os quadrinhos feitas com base no conto "O Alienista", de Machado de Assis. Eu procuro, através da análise da Literatura e da História em Quadrinhos, criar um diálogo entre o passado e o presente, como forma de discutir sobre as tecnologias do corpo, a apropriação do espaço, o sistema psiquiátrico, a linguagem dos quadrinhos. Minha pesquisa não tem influência direta sobre meu ofício de professora. Mas descobri que a minha paixão pela pesquisa está no mesmo patamar que minha paixão pelo magistério. E uma coisa que deve ser ressaltada é o apoio da CAPES e de outras instituições que fomentam a pesquisa, como o CNPQ. Não fosse a bolsa de estudos que recebo da CAPES, eu não teria condições de fazer o mestrado. Além disso, poder ser estudante como profissão remunerada é uma delícia!

* E os planos para o futuro?
Não tenho certeza de muita coisa, mas tenho cá pra mim que não vou nem casar nem comprar uma bicicleta. Pretendo terminar o mestrado e fazer doutorado. Quero passar o resto da vida pesquisando e escrevendo. Por falar em escrever, estou escrevendo um livro, que fala sobre relacionamentos entre família, amigos, amores, mudanças. E enquanto não termino, acendo uma vela pra cada santo pra encontrar uma editora que o publique. Se pudesse, também viveria como escritora, pois foi o modo que encontrei pra me comunicar com o mundo. Cada palavra minha é como se fosse uma filha, e quando elas criam vida, fico faceira como mãe que vê o filho aprendendo a andar. Além disso, tem o meu blog, que considero uma extensão de mim, e ao qual quero dar mais atenção. É quase certo que eu volte pra sala de aula no ano que vem, pra poder dar um tempo e escolher bem onde vou fazer o doutorado. E pra ganhar dinheiro também, porque sou filha de Deus. Além disso, tenho planos de fazer projetos de educação e cultura pra ajudar os jovens carentes. Sinto que preciso ajudar de forma mais concreta na melhoria do mundo. No mais, quero ser feliz. Espalhar minhas palavras e meus sorrisos pelo mundo. E fazer minha vida valer a pena.

Patrícia tem um blog ótimo com histórias e impressões suas da vida cotidiana. Bora conhecer? Aqui.

10 setembro 2009

Enfim, uma boa notícia

Câmara aprova Estatuto da Igualdade Racial
Para votar o estatuto, os líderes dos partidos fecharam um acordo: a maioria dos pontos polêmicos que estava no texto foi retirada ou modificada.

O estatuto traz orientações para o governo sobre como tratar os negros no Brasil. O texto permite que sejam dados incentivos fiscais a empresas que tenham, no mínimo, 20% de funcionários negros. E ainda cria cotas em partidos políticos, 10% das vagas vão ser reservadas para os negros. O estatuto prevê também que o governo adote medidas para assegurar igualdade de oportunidades para a população negra no mercado de trabalho, inclusive nas contratações do setor público.

NOTA: Acho que agora podemos comemorar ou ainda não?

09 setembro 2009

Da série: mistérios que abalam o mundo

Dar 'bom dia' para alguém é uma forma de educação, de cordialidade. Pois é, mas por que as pessoas andam desvirtuando o objetivo do ato?
Agora o simples 'bom dia' vem acompanhado de uma bela analisada na sua roupa. E caso ela mereça algum tipo de comentário, o interlocutor não vacila em dizer: Que blusa linda? É nova? Onde você comprou?
Santa falta de semancol.

08 setembro 2009

Pra não dizer que não falei das flores

Ter um feriadão prolongado é bom.
Ir viajar com os amigos no feriadão é bom demais.
Ver a Seleção Brasileira dar um banho de futebol na Argentina não tem preço.

Mudar de profissão

Diante da situação atual, muito profissionais se veem diante de um impasse: devo ou não mudar de profissão?

São tantas dúvidas, tantas desiluções com a profissão escolhida ainda na fase pré-adulta, bate aquele receio da mudança e do fracasso, será que é rentável? Pesquisas apontam que esse descontentamento ocorre por voltas dos 30 anos, idade que geralmente estamos maduros e sabemos o que nos desagrada.

Mas como mudar à essa altura? Tem o fator idade que pode prejudicar, tem o medo do que pode acontecer, e a estabilidade como fica?

Antes de se decidir pelo novo desafio, vale seguir as seguintes dicas:

Exercício mental: Até mudar efetivamente de profissão, é interessante fazer o exercício mental de se imaginar na possível profissão. Quantas vezes em criança, mudamos de "desejo de profissão"? Você provalvemente já quis ser desenhista e no dia seguinte quis ser astronauta, é assim que você se torna consistente na escolha.

Informe-se: Ninguém tem medo de mudar, o que nos causa medo é o desconhecido. Então quanto mais informações sobre a possível nova profissão, melhor. Só tome cuidado para diferenciar as informações relevantes das fofocas e comentários negativos, fique atento aos fatos e opiniões de pessoas confiáveis.

Rede de contatos: Cuide dela, faça seu network. Você conhece diversas pessoas que podem lhe abrir novas oportunidades. Vale aquele amigo da faculdade, o seu médico, seu vizinho, o amigo do amigo. Aproveite aquela conversa casual e pergunte, peça orientações a quem está na carreira que almeja. Vá atrás do que as pessoas podem fazer por você.

Generosidade: Seja generoso com seus conhecimentos. Você tem muito a oferecer às pessoas, afinal você estudou e sabe todas as facetas da profissão atual, isso sem contar com as informações de mercado e as experiências que viveu. Compartilhe seus conhecimentos, tenha certeza que há muita gente interessada em você.

Sem exigências: Por que queremos sempre ser grandes na profissão que imaginamos a ter? Será que já não basta fazer todo um esforço de mudança de profissão para sermos medianamente competentes? Eu creio que sim. Vai me dizer que ao deparar com alguém que mudou de profissão e se deu bem você não o vê como alguém no mínimo corajoso?

Celebre a imperfeição: Se as pessoas erram é porque estão aprendendo. E isso cabe à você. Não tenha receio de tentar, perguntar, errar e não se penalize por isso. Não tenha a pretensão de ser perfeito. Se o seu Plano B não era aquilo que pensava, que tal o Plano C?

Sonhe: Se você não sonhar, não terá um objetivo a alcançar e poderá ficar estagnado na carreira e na vida pessoal. Todos têm esse direito e nunca é tarde demais para isso.

Saiba que quando mudamos podemos ser mais competentes e alcançar uma maior satisfação profissional, do que na comodidade de uma profissão que não mais nos agrada. É uma questão de atitude, de mudarmos a nossa forma de vivermos a profissão, de a rentabilizarmos e de retirarmos mais proveito dela. Pode ser arriscado, mas quem disse que viver não é arriscado?

04 setembro 2009

Da série: Gente que faz

Claudia e suas filhotas - Carnaval 2009

“É melhor ser alegre que ser triste. Alegria é a melhor coisa que existe. (…) A tristeza tem sempre uma esperança de um dia não ser mais triste não”.


Foi com essa frase de uma conhecida música de Tom Jobin que Cláudia Ramalho começou essa entrevista. E foi dessa maneira delicada que ela escolheu para falar de um tema bastante sério: a depressão. Aqui ela nos conta como aconteceu e o que fez para sair dessa situação, de uma maneira muito clara e verdadeira. Confira.

Como foi que percebeu que estava depressiva?
Eu não percebi. Não sabia o que estava acontecendo comigo. Só sabia que algo não ia bem. Que eu não estava do jeito que sempre fui. Não sabia dizer o quê, mas algo tinha mudado.
Não conseguia sentir prazer nas coisas corriqueiras, não via graça nas coisas que antes me encantavam e sentia uma tristeza inexplicável. Estava insatisfeita, me sentia fracassada, como se buscasse algo inatingível. O pior era que não havia motivos aparentes para isso. Tudo na minha vida parecia ir muito bem... Eu tinha um bom emprego, ganhava bem, estava casada com o homem que amava (e ainda amo), tinha uma filha linda e saudável, havíamos construído nossa casa tão sonhada, com muito sacrifício. Quem visse de fora, me julgaria a protagonista de um comercial de margarina. Mas por dentro eu me sentia um lixo. Não via mérito nas minhas conquistas e só conseguia enxergar o que eu não tinha conseguido realizar. Além dessa sensação de insatisfação, havia alguns sinais físicos que ajudaram no diagnóstico, como: sono excessivo, perda de peso considerável, desânimo, apatia, cansaço e algumas doenças psicossomáticas ligadas ao estresse e à ansiedade.

* Quais foram os motivos que te levaram a esse estágio?
Sempre fui muito responsável, a mais velha de cinco filhos, aprendi desde cedo a me virar sozinha e a cuidar dos outros. Comecei a trabalhar aos 17 anos, tão logo me formei em magistério, pois queria muito ser independente financeiramente. Depender de meu pai para pedir tudo era duro para mim. Sou orgulhosa. Trabalhei por 4 anos no turno da tarde enquanto fazia faculdade pela manhã. Sempre fui muito racional e cedo amadureci para cair no mundo. Criei uma casca que com o tempo foi me impedindo de fraquejar. Eu tinha de ser forte e indestrutível, pois não tinha em quem me escorar. Era uma aluna exemplar e via nos estudos uma fuga. Lá meu esforço era recompensado. Ele me faria ter a independência que eu tanto buscava. Me formei em Direito aos 21 anos e em apenas 3 meses já estava assumindo um cargo jurídico para o qual havia prestado concurso. Meu pai dizia que eu tinha muita sorte. Eu não acredito em sorte. Acho que tudo o que nos acontece é resultado de nossas escolhas. Sempre fui muito metódica. E achava que a minha vontade bastaria para conseguir o que quisesse. Nesse tempo eu já namorava Mário. Decidimos engravidar dois anos e meio depois que nos casamos, quando trocamos nosso apartamento pela casa que hoje moramos. Queríamos que nossos filhos vivessem livres numa casa com quintal e jardim e não confinados. A primeira gravidez veio no primeiro mês de tentativas. Eu pretendia ter a segunda logo em seguida, como minha mãe tinha feito. Mas, por acaso do destino, tive de ter um parto cesárea. Então, tive de esperar 2 anos para preservar meu útero. Fiquei frustrada com o fato e de certa forma me sentia menos mulher por não ter conseguido ter o parto que eu julgava ideal e que é tão defendido hoje em dia. Quando passaram esses dois anos, recomeçamos as tentativas. Eu já estava muito estressada a essa altura. Pois no ritmo que eu vivia, me cobrando demais em todos os aspectos, eu me sentia uma mãe incompetente por trabalhar fora e, ao mesmo tempo, quando estava no trabalho, achava que minha atenção estava desfocada por pensar na minha bebê. Não encontrava muito tempo para ser esposa e menos ainda para cuidar de mim. Acabei me colocando na última posição da minha lista de prioridades. Frequentemente esquecia de fazer aqueles pequenos mimos que nos dão tanto prazer. Até meus banhos eram cronometrados e meu sono era quase inexistente. Tudo piorou quando a gravidez que eu tanto queria não veio. Durante meses, as tentativas só me deixavam decepcionada. Nesse ínterim eu entrei em depressão. Meu marido já não aguentava mais me ouvir falar em dias férteis e ovulação. Devo ter sido uma péssima companhia naquele tempo. Era a primeira vez que eu descobria que as coisas não estão sob o meu controle. Pessoas rígidas e controladoras como eu sofrem muito. E o pior é que por serem muito perfeccionistas acabam transformando a vida das pessoas que convivem com elas num inferno. O que ninguém sabe é que inferno maior se passa conosco. Se somos perfeccionistas com quem vive ao nosso lado, somos em dobro a nosso próprio respeito. Um perfeccionista se exige ao extremo e quando não alcança seus objetivos se critica e se pune. A punição pode vir em diversas formas. A depressão é apenas um dos muitos distúrbios possíveis.

*E o tratamento, como foi?
Eu tenho uma amiga de infância que hoje é psicóloga. Em uma conversa franca, ela reconheceu os sintomas. No começo eu me assustei e até que eu admitisse que era vulnerável e que precisava de ajuda, levou algum tempo. Ela me recomendou uma psicóloga amiga dela, já que ela, por questões éticas, não poderia me tratar. Antes de ver essa psicóloga eu tinha ido a um psiquiatra que na primeira consulta já me receitou um medicamento tarja preta que nem cheguei a fazer uso. Não queria eliminar as consequências sem tratar as causas. A psicóloga que a Adriana me recomendou foi maravilhosa. Desde o começo eu senti progressos. A linha era a bioenergética e foi muito enriquecedor aprender sobre mim olhando de fora para dentro. Era como se eu estivesse me vendo pela primeira vez. Descobri o que eu gostava de fazer de verdade e o que eu fazia apenas para agradar os outros. Aprendi que não é pecado fazer coisas para me agradar e que de vez em quando pensar em mim, antes dos outros, me faria muito bem.
Aprender a dizer não foi um aprendizado duro. Listar as minhas prioridades e fazer apenas o que era necessário, importante e o que me dava prazer. Nada mais por obrigação ou para agradar os outros, pura e simplesmente. Quando a gente começa a fazer terapia, muita coisa muda. Sabe quando você resolve arrumar um guarda-roupa e tira tudo do lugar para separar o que lhe serve, o que vai para o lixo, para doação, o que precisa ser consertado? Depois de limpar o móvel você descobre que ainda sobrou muito espaço para o novo. É assim que acontece conosco durante o processo de terapia. Essa arrumação às vezes incomoda muita gente que estava acostumada com nosso antigo comportamento. Isso pode gerar conflito. Aqui as pessoas (família e amigos) mais atrapalham do que ajudam, pois nesse momento se a gente fraquejar, volta para o velho padrão. Nesse momento eu me perguntei: a quem quero agradar de verdade? Quem vai seguir comigo pelo resto da minha vida? (Eu mesma, né?). Meu marido esteve comigo todo tempo. Deu apoio durante o tratamento e, apesar de assustado com as mudanças (que no meu caso ocorreram muito rapidamente), sempre me incentivou a continuar. Tanto que sentiu necessidade de fazer terapia também para me acompanhar nessa evolução. Li muitos livros que a terapeuta me passou, frequentei muitos workshops, passei a fazer acupuntura, ioga, meditação, EFT (Emotional Freedom Techniques), fiz um curso de desenvolvimento da percepção sensorial, que me ajudou muito a ficar ligada nos sinais que meu corpo, minha mente e meu espírito me davam. Não usei medicamentos. Meus únicos remédios foram esses. Tive sorte de encontrar uma terapeuta de vanguarda. Antes de completar um ano e meio de terapia, engravidei. Minha filha Mariana nasceu para ensinar a mim que a vida nem sempre sai do jeito que esperamos, mas que aceitar as mudanças de peito aberto pode ser muito proveitoso. Até hoje sigo aprendendo coisas com ela, que por ter sido concebida e gestada enquanto eu estava tão perceptiva, tem um jeito muito especial de ver o mundo e é a que mais se parece comigo, emocionalmente. As mudanças ainda me causam certo medo. Mas aprendi a me adaptar com mais facilidade.

* Hoje como você lida com a doença? E sua vida, como está?
Graças a Deus, não tenho mais qualquer resquício de depressão hoje em dia. Mudei meus paradigmas, minha visão de mundo e de mim mesma. No fundo, agradeço por ter sofrido depressão. Chegar ao fundo do poço foi preciso para que eu rompesse com os antigos rituais. 2004 foi o ano do meu crescimento espiritual e emocional. Hoje eu estou muito mais flexível e acho que aprendi a me amar de verdade. Quando a gente se ama de verdade, é mais tolerante com as nossas falhas. E aprende que não precisa ser perfeita, basta fazer o melhor que puder, o resultado nem sempre vai depender só da gente. Minha vida vai ótima, obrigada.

* Qual o conselho que deixa para quem sofre desse mal.
Em primeiro lugar, reconhecer que pedir ajuda não é vergonhoso, que procurar um especialista não é coisa de doido. Se você procura um médico quando está doente, por que não consultar um psiquiatra ou psicólogo quando está com depressão? Abrir mão do controle. Desistir de ser a dona do mundo. O mundo não vai acabar se você tirar férias. Delegue. Confie nas pessoas, relaxe. Descanse. Aprender a dizer não. Grande parte das nossas insatisfações é resultado de não querer desagradar as pessoas. Às vezes, nos vemos aflitas por querer cumprir com obrigações que não são nossas. Fazer o que lhe dá prazer. Por que nos esforçamos tanto para agradar a todos e muitas vezes nos esquecemos de nós? Quando foi a última vez que você leu um livro, que viu um bom filme, que fez uma massagem, andou descalço na grama, tomou sol? É preciso resgatar os pequenos prazeres como uma refeição bem saboreada, um banho demorado, uma boa noite de sono, praticar exercícios, enfim, fazer o que dá prazer, porque o prazer é o que nos mantém vivos e nos faz querer seguir adiante.

Claudinha, como é carinhosamente chamada por mim e outras amigas, tem um um blog delicioso onde mostra seu lado arteira e compartilha seus dotes. Quer conhecer? Passa lá.

03 setembro 2009

Da série: pra refletir

"Para mim, o melhor marketing pessoal que um profissional pode fazer é entregar resultados cada vez mais surpreendentes. A consolidação de uma marca pessoal também está intrinsecamente ligada a uma conduta pautada por ética, caráter e dedicação. O sucesso não deve ser a meta, mas a consequência de uma série de esforços." - Roberto Justus

02 setembro 2009

Tchau, pessoal

É comum recebermos textos emocionados de colegas que estão deixando a empresa que trabalhamos ou empresas parceiras. Mas ainda não me acostumei com o fato que um colega de trabalho se vai e o outro mais chegado se sente à vontade para fazer um texto em homenagem a relação de amizade que ali existe e compartilhar com toda a empresa.

Recentemente vivi tal experiência seguida pelo fato da pessoa que estava de partida fazer sua despedida por vários semanas, todos os dias eram discursos do tipo: quando eu for embora, você vai sentir minha falta? A inconveniência foi tanta que todos estavam rezando para que o fatídico dia chegasse. Acredito que em seu happy hour de despedida todos comemoram o final daquela ladainha sufocante.

Parabéns à você


Sabe, eu nasci Corinthiana.
Nasci sabendo de um amor incondicional, de uma paixão que transborda sempre que há uma vitória, que fere o peito quando estamos diante de uma derrota, que faz o coração pular quando ouvimos os primeiros acordes do hino alvinegro.
São 99 anos, uma comemoração sem igual, na qual todos os Corinthianos estão felizes. Vemos hoje nosso time recuperado de um fase ruim, uma fase que partiu nossos corações quando caímos para a segunda divisão do futebol. Dessa fase fatídica, vimos nosso querido time se recuperar de uma maneira estrondosa levando para casa todos os títulos possíveis.
Sim, eu estou muito feliz e faço coro à Nação Corinthiana.
Palmas à você, vamo que vamo Todo Poderoso Timão.

01 setembro 2009

Tarefa e selinho

Tarefa que a Querida Alethéa passou.

1. Tem algum blog que te ajudou a blogar quando iniciou (dicas, receptividade, incentivos)?
Criei o blog numa época que estava fora da minha área e não queria enferrujar. Escrever sempre foi ótimo e vi num blog essa oportunidade. Quanto a receptividade, bem sou meio cara-de-pau e quando visito um blog, se algo me atraiu, comento. Caso a pessoa goste, ela retribui a visita e assim nasce uma possível amizade.

2. Qual foi sua fonte inspiradora?
Escrevo do meu jeito, escrevo o que gosto. Mas tem vários blogs ótimos que postam assuntos que me inspiram. Já foi assim com o Criative-se, o Bicha Fêmea, o Feito a Mão, o Manga com Pimenta, o Arte na Cozinha, o Ideias e Dicas da Fabi, o Ainda MininaMá, enfim cantinhos que me acolheram como amiga e têm muita coisa boa pra mostrar.

3. Blogar é muito gratificante quando:
Encontro gente tão diferente e tão parecida comigo, quando aprendo algo novo, quando vejo que ainda tem muita gente interessante por aí.

4. Quanto tempo você dedica ao seu blog? Em que horário você gosta de blogar?
Meu blog é diário, mas reservo o final de semana para mim, meus amigos e minha família, mas também é nesse período que fico pensando no que vou escrever por aqui. Adoro esse Mundinho.

5. O mundo da blogosfera seria mais interessante "se..."
A gente pudesse ter mais contato com as amigas blogueiras, essa coisa de se conhecer virtualmente, às vezes me deprime. Eu sou afoita, quero conhecer as pessoas de perto, adoro gente.

6. Seu coração blogueiro não se engana quando (referente a outro blog ou blogueiro):
Quando simpatizo logo de cara com o blog. Até hoje, atrás de um blog interessante, sempre encontrei gente da melhor qualidade. (palavras emprestadas da Alethéa).

Indico para minhas novas amigas blogueiras: Elaine, Priscila, Carol, Aline e Denise